O Tempo da Quaresma caracteriza-se como uma caminhada para a Páscoa. Nesse sentido, a Igreja celebra neste 2° Domingo da Quaresma o mistério da Transfiguração do Senhor. O anúncio da Paixão e Morte de Jesus deixou os discípulos confusos e perdidos. Eles não conseguiam entender um salvador que não pudesse salvar-se das ciladas dos adversários e das garras da morte. Os discípulos tiveram que enfrentar, como ainda hoje nós, muitas dificuldades, mas é a fé que nos sustenta. O Pai não abandonou Jesus e não nos abandona. E a morte não tem a última palavra.

Dentro da liturgia deste domingo, Jesus nos apresenta as conhecidas Bem-aventuranças, que são a boa notícia que Jesus traz ao povo, aos quais e pelos quais o Senhor anuncia a realização das promessas de Deus. É esse o modo divino de nos salvar: ofecendo-nos seu amor e sua misericórdia. Enquanto, na maioria das vezes, procuramos nossa felicidade em bens materiais, riquezas, honrarias, poder, prazeres, entre tantos outros, Jesus vai ao encontro das vítimas dos ídolos da sociedade. 

O milagre de Caná carrega um simbolismo extraordinário: simboliza a vida e a missão do Senhor. Também aponta para a Aliança, o casamento, a união, a comunhão que Jesus veio realizar entre Deus e a humanidade. A comunhão com Deus é, sem sobre de dúvidas, aquele vinho melhor que Deus guardou até a plenitude dos tempos. A vontade de Deus em nossas vidas é a felicidade, que consiste nessa comunhão de vida e de amor entre nós e Deus. 

Estamos às portas do final de mais um ano litúrgico. A liturgia, por esses dias, tem chamado nossa atenção para as coisas últimas. Não o fim do mundo, mas as realidades últimas da criação. Céu e terra, como diz Jesus, passarão. Entretanto, sua Palavra jamais passará, pois é semente de vida e de vida eterna!

A viúva do Evangelho deste domingo é o protótipo ideal a que todos somos chamados a seguir. Ela deu tudo o que tinha para viver: deu a si própria. Sua única riqueza, agora, é o Senhor