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Os Dogmas Mariano

Nossa Senhora e seus DogmasVocê já ouviu falar em Dogma? E sabe o que é um dogma? Sabia que existem os dogmas marianos? Sabe quantos e quais são esses dogmas? Vamos conhecê-los:

No dia 15 de agosto, a Igreja celebra Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria. Existem quatro dogmas dedicados à Virgem Maria e o Dogma da Assunção de Nossa Senhora é um deles.

Há um especial cuidado e carinho para com a Mãe do Redentor. Ao longo da História da Igreja e da História da Salvação, Maria ocupa lugar de destaque dentro da fé cristã-católica. Não a título de “deusa” ou de “participante da Trindade Santa”, mas como a mãe que abraça e acolhe os pedidos de seus filhos, na qual foi entregue a nós como mãe na Cruz pelo Redentor (cf. Jo 19,26.27).

Os dogmas marianos manifestam a importância que a Igreja dá à Mãe do Senhor. Maria é exaltada em sua insignificância e simplicidade e é por intermédio dos insignificantes, dos pobres que o Reino se torna realidade entre nós. Em toda a longa tradição cristã, os dogmas marianos concentram nossa atenção na glória de Deus que brilha sobre a mãe de Jesus.

O QUE SÃO DOGMAS?

O termo dogma provém da língua grega, dogma, que significa opinião e decisão. No Novo Testamento é empregado no sentido de decisão comum sobre uma questão, tomada pelos Apóstolos (cf. At 15,28). Os Padres da Igreja, antigos escritores eclesiásticos, usavam dogma para designar o conjunto dos ensinamentos e das normas de Jesus e também uma decisão da Igreja.

A Igreja, ao longo da sua história, com o auxílio dos teólogos e pensadores cristãos, precisou e esclareceu o sentido de dogma. Atualmente, para o Magistério e para a Teologia, o dogma é uma doutrina na qual a Igreja (quer com um juízo solene, quer mediante o magistério ordinário e universal) propõe de maneira definitiva uma verdade revelada, em uma forma que obriga o povo cristão em sua totalidade, de modo que sua negação é repelida como heresia e estigmatizada com anátema.

Definidos pelo magistério da Igreja de maneira clara e definitiva, os dogmas são verdades de fé, contidas na Bíblia e na Tradição:

O magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo quando define dogmas, isto é, quando utilizando uma forma que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, propõe verdades contidas na Revelação divina ou verdades que com estas têm uma conexão necessária (Catecismo da Igreja Católica, nr. 88).

Na Igreja os dogmas são importantes porque ajudam os cristãos a se manterem fiéis na fé genuína do cristianismo. “Os dogmas são como placas que indicam o caminho de nossa fé. Foram criados para ajudar a gente a se manter no rumo do Santuário vivo, que é Jesus”.

A Igreja propõe quatro dogmas quando se refere a Nossa Senhora.

1. Maternidade Divina;

2. Virgindade Perpétua;

3. Imaculada Conceição;

4. Assunção.

Tais dogmas constituem verdades que os cristãos aceitam, aprofundam e vivenciam na comunidade de fé.

MÃE DE DEUS (THEOTOKOS)

O Concílio de Éfeso definiu explicitamente a maternidade divina de Nossa Senhora no dia 22 de junho de 431. Diz o Concílio: “Que seja excomungado quem não professar que Emanuel é verdadeiramente Deus e, portanto, que a Virgem Maria é verdadeiramente Mãe de Deus, pois deu à luz segundo a carne aquele que é o Verbo de Deus”.

A intenção do Concílio de Éfeso era a de afirmar a unidade da pessoa de Cristo. Reconhecer Maria como mãe de Deus (Theotokos) significa professar que Cristo, filho da Virgem Santíssima segundo a geração humana, é Filho de Deus. O povo se alegrou tanto que levou os bispos do Concílio para suas casas e festejaram a proclamação do dogma mariano. A maternidade divina de Nossa Senhora é peça-mestra da teologia mariana.

 

Virgindade PerpéuaVIRGINDADE PERPÉTUA

Conferindo as Sagradas Escrituras e os escritos dos Santos Padres, o Concílio de Latrão preconizou como verdade a Virgindade Perpétua de Maria no ano 649. Durante o Concílio, o Papa Martinho I assim afirmou:

Se alguém não confessa de acordo com os Santos Padres, propriamente e segundo a verdade, como Mãe de Deus, a santa, sempre virgem e imaculada Maria, por haver concebido, nos últimos tempos, do Espírito Santo e sem concurso viril gerado incorruptívelmente o mesmo Verbo de Deus, especial e verdadeiramente, permanecendo indestruída, ainda depois do parto, sua virgindade, seja condenado.

Nossa Senhora foi sempre Virgem, isto é, antes do parto, durante o parto e depois do parto. Os diversos Credos e Concílios antigos retomaram e afirmaram esta verdade. Santo Inácio de Alexandria, São Justino, Santo Irineu, Santo Epifrânio, Santo Efrém, Santo Ambrósio, São Jerônimo e Santo Agostinho foram os exímios defensores da Virgindade de Maria. A Virgindade Perpétua de Maria faz parte integrante da fé cristã.

Imaculada ConceiçãoIMACULADA CONCEIÇÃO

Em 8 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX definiu o terceiro dogma mariano: Imaculada Conceição de Maria. Em sua Bula Ineffabilis Deus, o Pontífice declarou a doutrina que ensina ter sido Nossa Senhora imune de toda mancha de pecado original, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus Onipotente, em vista dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do gênero humano.

O dogma da Imaculada Conceição nos ensina que, em Maria, começa o processo de renovação e purificação de todo o povo. Ela “é toda de Deus, protótipo do que somos chamados a ser. Em Maria e em nós age a mesma graça de Deus. Se nela Deus pôde realizar seu projeto, poderá realizá-lo em nós também” (Dom Murilo S. R. Krieger, bispo). 

 

 

Assunção de Nossa SenhoraASSUNÇÃO DE MARIA

A Assunção de Maria foi o último dogma a ser proclamado, por obra de Papa Pio XII, a 1 de novembro de 1950. Na Constituição Apostólica Munificentíssimus Deus, o Pontífice afirmou que, depois de terminar o curso terreno de sua vida, ela foi assunta de corpo e alma à glória celeste. Mais de 200 teólogos, em todas as partes da Igreja, demonstraram interesse e entusiasmo pela definição dogmática.

Imaculada e assunta aos céus, Maria é a realização perfeita do projeto de Deus sobre a humanidade.

A Assunção manifesta o destino do corpo santificado pela graça, a criação material participando do corpo ressuscitado de Cristo, e a integridade humana, corpo e alma, reinando após a peregrinação da história”.

Os dogmas marianos iluminam a vida espiritual dos cristãos. “Os dogmas são luzes no caminho da nossa fé, que o iluminam e o tornam seguro” (Catecismo da Igreja Católica, no. 90).

 

Crédito das Imagens:

 

Formações, mariologia, dogmas, teologia dogmática

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