São Francisco de Assis, religioso
A Igreja celebra hoje a memória litúrgica de São Francisco de Assis, um santo chamado "universal". Convertido a Jesus e ao Evangelho, seguiu com extrema coerência, em pobreza e em grande alegria, o Cristo humilde, pobre e casto, conforme as bem-aventuranças.
Giovanni Francesco di Bernardone nasceu rico, filho de Pietro di Bernardone, homem abastado e mercador de tecidos, e de Pica Bourlemont, de origem provençal (França). Seu nome Francesco (Francisco) foi dado por seu pai em homenagem à origem francesa de sua mãe; Giovanni (João) foi dado pela mãe em homenagem a São João Batista, precursor do Salvador.
Francisco gozava das comodidades da família e dos privilégios dados pelo Imperador aos ricos da cidade de Assis. Aprendeu francês com sua mãe, alguns conhecimentos básicos na escola paroquial São Jorge, e preparava-se para prosseguir com os negócios de seu pai. Era de baixa estatura, magro, com cabelos e barbas escuros. Andava elegante, sendo amante dos prazeres da vida e das diversões, nas quais gastava com fartura o dinheiro do pai.
Com o título de "rex juvenum" (jovem rei), liderava as festas da juventude de sua época. Chegou a servir como cavalheiro na Guerra entre Assis e Perúgia, que aconteceu entre 1202 a 1203. Durante a guerra, foi feito prisioneiro e passou um ano terrível encarcerado em Perúgia. Só conseguiu sair da prisão depois que seu pai pagou um pesado resgate pelo filho.
Parcialmente refeito das duras penas do tempo de cárcere, Francisco dirige-se à Puglia, no sul da Itália, no intuito de defender o Papa Inocêncio III (1198 - 1216). Durante a viagem, precisou parar em Spoleto e, ali, durante um sonho, ouviu uma voz que o convidava a "servir ao patrão (Deus) ao invés de seu empregado (o papa)".
Retorna a Assis, que não aprovou seu regresso, e ali entregou-se a um período de intensa oração. Partiu, mais tarde, para Roma, de onde voltou decepcionado.
No outono de 1205, Deus lhe falou através de um crucifixo de São Damião encontrado nas ruínas de uma igreja não muito longe do centro de Assis. Francisco escuta: "Francisco, reconstrói a minha Igreja, que, como vês, está desmoronando". Francisco interpretou essa mensagem ao pé da letra e começou, então, a reconstruir a pequena igreja de São Damião, gastando ainda mais os bens do pai, que acabou fazendo uma denúncia do filho ao bispo de Assis.
Colocado em julgamente em praça pública, Francisco despoja-se das vestes e as restitui ao pai, diante do bispo de Assis, que o cobre com seu manto.
Em abril de 1208, Francisco sente o chamado à pobreza: "Não levem nem ouro e nem prata e nem cobre..." (Mt 10,9-10). Sua conversão e sua vivência nua e crua do Evangelho foram progredindo em meio à proposta de pobreza, de penitência e do anúncio do Evangelho tanto para os de sua terra quanto para aqueles mais longe. Com tamanho testemunho evangélico, começou a crescer no seu entorno um grupo de homens que começam a seguir seu estilo de vida: nascia a Ordem dos Frades Menores. Mais tarde, também um grupo de moças começa a seguí-lo: nascem as Pobres Mulheres Reclusas de São Damião - fundadas por Santa Clara, conterrânea de Francisco, dando o nome de Clarissas à ordem feminina nascida do ideal franciscano.
Por fim, um grupo de leigos e leigas também abraçou os ideias de Francisco, sem deixar a família e a profissão: nascia a Ordem Terceira Franciscana.
O próprio Papa Inocêncio III é quem aprova a Proto-Regra Franciscana, sem grandes dificuldades. Em 1221, acontece o chamado Capítulo das Esteiras, no qual, diante do crescimento da Ordem, da sua evolução e dos novos desafios a se enfrentar (estudos, formações, adaptação às diferentes situações), Francisco ditou ao Irmão Leão uma nova regra, que recebeu aprovação do Papa Honório III no ano de 1223, mesmo ano que Franscisco começou o trabalho do Presépio Vivo, na cidade de Greccio
Na Festa da Exaltação da Santa Cruz, em 1224, recebeu os estigmas de Cristo. Ao descer da região de Alverne, Francisco encontrava-se totalmente devalido. Após as últimas pregações, em 1225, retirou-se para o Convento de São Damião e ali compôs o Cântico do Irmão Sol ou Cântico das Criaturas.
Mesmo com os tratamentos que recebeu, a saúde de Francisco não melhorou. Por um pedido do santo, foi levado à Porciúncula, e, ali, foi estendido sobre a terra nua.
Morreu recitando o Salmo 141, na noite do dia 3 de outubro de 1226.
Juntamente com os primeiros irmãos que passaram a seguí-lo, São Francisco pregou por todo lugar o Amor do Senhor, contribuindo para a renovação da Igreja. Enamorou-se tanto do Cristo que recebeu em seu corpo as chagas do Crucificado. Contemplou a simplicidade, a humildade, expressas em seu presépio. Cantou a beleza da criação e inspirou as mais variadas famílias religiosas masculinas e femininas que levam seu nome.
O Papa Pio XII proclamou-o patrono da Itália aos 18 de junho de 1939. O Papa Bergoglio escolheu o nome de Francisco, que tornou-se o símbolo de seu pontificado.
É inegável a riqueza espiritual que São Francisco deixou como legado não só para a Igreja, mas para todo o mundo.
"Altíssimo glorioso Deus, ilumina as trevas do meu coração e dá-me fé reta, esperança certa e caridade perfeita, bom senso e conhecimento, Senhor, que faça o teu santo e veraz mandamento" (São Francisco de Assis).
OREMOS
Ó Deus, que concedestes a São Francisco de Assis assemelhar-se ao Cristo na pobreza e na humildade, concedei que, trilhando o mesmo caminho, sigamos fielmente o vosso Filho e vivamos unidos a vós na perfeita alegria. Amém!
Crédito da imagem: O Tempo.
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