São Carlos Borromeu, bispo - Padroeiro Diocesano
A Igreja celebra neste dia 4 de novembro a memória de São Carlos Borromeu, padroeiro da nossa Diocese.
São Carlos nasceu em Rocca dei Borromeo, província de Arona, na Itália. A família era conhecida como Senhores do Lago Maggiore e das terras ribeirinhas no entorno da região do lago, no norte da Itália, na região do Piemonte.
Carlo foi o segundo filho do Conde Gilberto Borromeo e, conforme era costume na época das famílias nobres, aos 12 anos recebeu a tonsura - corte de cabelo que deixava uma coroa rapada no alto da cabeça. Como estudante em Pavia, na Lombardia, deu diversas mostras de sua inteligência e aplicação aos estudos. Foi chamado a Roma, onde foi feito Cardeal com apenas 22 anos de idade. O Papa Pio IV era irmão de sua mãe.
Seu amor pelos estudos levou-o a criar, ainda em Roma, a Academia delle Notti Vaticane (Academia das Noites Vaticanas).
Trabalhou com fervor no Concílio de Trento (1545 - 1563), sendo mais executor de ordens do que líder. Entretanto, revelou-se também um trabalhador incansável, lendo e escrevendo muito. Com a morte de seu irmão mais velho em 1562, poderia ter tirado uma licença para dedicar-se à família. Contudo, permaneceu no ministério.
Em 1563, foi ordenado bispo, aos 25 anos e assumiu a Diocese de Milão, campo de sua espantosa atividade apostólica. A Diocese era enorme: ocupava uma grande parte da região da Lombardia, indo até a região do Vêneto, da Ligúria e trechos do atual sul da Suíça. Carlos Borromeu visitou a Diocese toda, sem deixar ninguém e nada sem sua visita.
Preocupado com a formação dos sacerdotes, bem como o ministério sacerdotal, a vida dos padres e as condições dos fiéis, fundos os seminários. Deve-se a ele a popularização desse tipo de instituição formativa. Também construiu hospitais, casas de acolhimento para doentes e familiares de doentes, e para pessoas com problemas mentais.
A riqueza de sua família foi utilizada para ajudar os pobres e sua atividade pastoral era prodigiosa. Organizou e inspirou diversas confrarias religiosas, obras assistenciais, institutos de beneficência etc. Não teve medo de defender os Direitos da Igreja diante dos poderosos locais.
Colocou ordem e disciplina nos conventos com tal rigor que um frade indignado chegou a dar-lhe um tiro com arcabuz, enquanto Borromeu celebrava em uma capela. A bala não feriu o santo, mas deixou estragos nos paramentos do arcebispo.
Entregou-se de forma pessoal na ajuda aos atingidos pela peste, em 1576, entregando-se aos cuidados para com os doentes. Nos anos do ministérios de São Carlos, Milão cresceu e brilhou. Ele se tornou uma célebre figura na Igreja, representante exímio da Contra-Reforma Católica, colocando os preceitos do Concílio de Trento em ação. Foi modelo para os bispos de perto e de longe. Impulsionou a Igreja toda.
Entretanto, o cansaço não lhe deu trégua. Doente e ardendo em febre, Carlos Borromeu ainda persistiu com suas visitas pastorais. Deixava de lado as preocupações com alimento e com o sono, mas não negligenciava jamais o trabalho e a oração. Dizia que "as almas se conquistam com os joelhos no chão".
Tornou-se um dos mais célebres bispos da história da Igreja. Foi um bispo grandioso na caridade, grandioso na disciplina, grandioso na doutrina e na pastoral, mas, sobretudo, grandioso na piedade e na devoção.
Seu lema episcopal, "Humilitas" (Humildade) marcou sua vida. Aos 3 de novembro de 1584, contando com 46 anos de idade, Carlos faleceu. Deixou uma imensa herança moral e espiritual.
Foi beatificado em 1602 pelo Papa Clemente III e canonizado em 1610 pelo Papa Paulo V. Seus restos mortais encontram-se na cripta da Catedral de Milão, no chamado "scurolo" (urna), coberto com painéis de prata que descrevem sua vida.
São Carlos Borromeu, rogai por nós!
OREMOS
"Senhor, conservai no vosso povo o espírito que infundistes no bispo São Carlos Borromeu, para que a vossa Igreja seja continuamente renovada e, conformando-se à imagem de Cristo, mostre ao mundo a verdadeira face do vosso Filho. Amém!".
Crédito da imagem: Franciscan Media.
bispo, santo do dia, memória obrigatória, Cor Litúrgica Branca
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